Ser ela do amor
O sentimento de Estefânia era ser honesta sempre. E se casara com dezessete anos e grávida de seu primeiro filho por obrigação, e fora casada com Sérgio por livre consentimento dele e não dela. E deu o nome de Justino ao bebê e passava a tarde inteira rezando o rosário e passou assim por setenta anos quando o marido morreu. Estefânia foi do lar para sempre e fazia crochês para vender e ganhava para si sozinha um bom dinheiro. E começou a estudar faculdade on-line e de gastronomia e fez quatro anos deste curso. E o filho Justino foi correto o tempo inteiro e se casou por amor com a Quase uma mulher metódica e reta e concisa com tudo e todos. E deu a Estefânia dois netos com idades diferentes de nomes Eito e Sujeito com cinco e nove anos cada um deles. E Quase foi advogada trabalhista e ganhou uma condecoração do governo paulista pelos bons serviços públicos. E Justino fazia visitas surtidas a sua mãe e esta fazia uma feijoada de adocicar beijos e corações. E Sérgio o pai morrera com setenta anos completos e ele não deixava sair de casa e viveu quase sessenta anos reclusa dentro de casa. E Quase queria ajudar a sogra mais Justino falou para ela não mexer no caso de sua mãe. O pai Sérgio era barulhento e somente ele tinha razão e queria sempre fazer amor quando lhe desse na cabeça. Ela sempre fazia suas vontades e chorava escondida de tudo e todos e não queria ser exposta por ninguém. E o marido nunca a agredira fisicamente mais ele era muito austero e forte. E numa tarde de verão ele foi dormir na cama do quarto e depois de três horas acabou morto. E Estefânia resolveu nunca mais se casar para não sofrer o que passou ao lado do ex-marido agora ela era viúva. E ela começou a estudar gastronomia e a escrever livros a mulheres casadas que sofreram e ou sofriam o que ela passou até aquele momento. Justino foi correto o tempo inteiro e foi o melhor filho e marido existente. E o que ela não via de bom no marido via no lindo e maravilhoso filho único. Desde que o sucesso que ela fez com seu primeiro livro e deu o nome de Mulheres fortes, mulheres sinceras. E vendeu mais de cem mil exemplares e concorreu ao prêmio Jabuti. E ficou em quinta colocada mais agradeceu aquilo tudo a Deus. Ela a Estefânia era de tez caucasiana, olhos azuis claros, pesava cinquenta e dois quilos, tinha um metro e setenta e usava calçado trinta e sete. E já o filho tinha tez meio morena e caucasiana e tinha olhos castanhos escuros, pesava sessenta e dois quilos e um metro e setenta e cinco e calçava sapatos trinta e nove. E Quase foi a melhor das noras e defendeu sempre a sogra Estefânia de tudo de todos os males. Sérgio não se sabe se foi ao céu ou não, pois ele se confessava pelo que se sabem todos os dias as cinco com o padre da paróquia que frequentava já há cinco décadas. E foi um bom pai mais péssimo marido. E ela a Estefânia fazia todas as coisas de casa e lavava, passava e cozinhava e ainda tinha tempo para cortar as unhas do pé e mãos do marido. E ela descobriu quando ela tinha cinquenta que o marido tinha uma amante e ela chorou largamente. E pediu ao marido que retornasse a casa por causa do filho que queria o bem do pai e então ele largou a amante de nome Eugenia. Cada dia Estefânia seria a mais correta das mulheres. E o filho Justino se casou virgem e desde então somente tinha os olhos a Quase uma linda e poderosa mulher na profissão e no amor. E com sentimento de que o amor verdadeiro se consagra a que os estímulos que temos na vida pode nos comprometer se for ao errado. E Sérgio foi sepultado num jazigo da família e Estefânia viveu até os cento e vinte e dois e o filho Justino viveu até os cento e dez e a esposa Quase viveu até os cento e sete. E Quase tinha duas irmãs que eram psicólogas e pediatra e eram muito felizes e realizadas pessoalmente. E elas viveram até os cento e dez e cento e quinze cada uma. E Justino tinha sete melhores amigos de nomes Serem, Desde, Cerce, Pense, Começo, Passo e Aço. E viveram os sete até os cem, cento e dois, noventa e nove, cento e vinte, cem, noventa e dois e cento e cinco. E Justino fora o filho e homem mais justo e com coração puro e nobre. E Estefânia depois da liberdade passou a ir à igreja todos os dias as missas das seis e comungava sempre e se confessava a cada dois dias mesmo não tendo pecados. E com intenso amor ela morreu numa tarde de inverno com mais de cem e rezou para que Deus salvasse seu antigo marido, pois guardava paixão e compaixão por ele. E eles se encontraram no céu, pois graças às orações dela Deus tirou o marido do purgatório e o enviou ao céu a pátria celeste. E hoje eles estão felizes esposa e marido lá no céu. E com discernimento sincero e com justo amor ele se desculpou com ela e pediu perdão por tudo. Adorar a Deus é o único caminho que devemos ter e seguir. Ser de Jesus é correr com Ele na cruz da salvação. E com amor venturoso o sentimento de ser de Deus o nosso maior presente é ir ao lindo e belo paraíso celeste.
Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 01/09/2023
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