O corpo dela era incerto. Ela fazia quites de panos e águas para vender a doze reais cinco panos e uma garrafa gelada de quinhentos mililitros. E vivia assim por três anos consecutivos. E se chamava de Esperança e ela queria mudar de vida e ser bem sucedida. E estava indo todos os dias indo a pé com seu carrinho de mão vender seus produtos em quatro faróis perto de seu lar. E comprava numa loja de atacado dois reais a cada quite que a água custava um real e o outro um era o preço dos cinco panos brancos. E tinha uma cachorra que a acompanhava a Foguenta que fazia malabarismo com duas bolas velhas de tênis em sua boca que ao final do dia lá pelas sete da noite estava com muita sede e fome e esperava ser alimentada pela dona. Por sorte tinha um comerciante que jogava comida boa fora que não podia ser dada a cliente e Esperança pegava para ela e para Foguenta alimento para o dia pois ficavam sem comer o dia inteiro e Esperança começava a trajetória do trabalho as seis da manhã e somente parava as sete da noite por extenso cansaço. E Fogueta um dia levou um livro meio sujo para a dona que falava de engenharia robótica e começou a ler aprofunda. E foi até a biblioteca no sábado a tarde pesquisar o assunto e gostou muito da área. E o bibliotecário o indicou por curiosidade uma faculdade pública a de engenharia robótica e computacional e começou a se preparar ao vestibular. Todos os dias das quatro até às onze da noite não saia da biblioteca e o dono daquele restaurante doou alimento para ela o tempo inteiro depois de saber a história dela. E fez a prova e ficou em quarta colocada no SISU e ganhou bolsa completa nas três principais e melhores faculdades que pretendia atuar na sua área. Esperança tinha apenas trinta e oito anos quando entrou a faculdade. E começou e decidiu a faculdade era pública. Esperança estudava para viver e os pais dela saíram do interior de São Paulo para acompanharem a carreira da filha mais eram pobres, analfabetos e aposentados. Em cinco anos ela se formou a boa Esperança e começou a trabalhar em empresas como IBM, Microsoft e Cisco e foi uma promessa na informática. Esperança não se casara e Foguenta deu cria e teve dois filhotes gordinhos e lindos. O amor dela pelos livros começou pela cachorra com um simples livro e hoje Esperança lê um livro técnico bem rápido. O pai de Esperança o bom Esmeraldo foi faxineiro numa escola de ensino fundamental e médio. Já a mãe foi cozinheira e arrumadeira num hotel três estrelas. E os três no passado viveram em Ribeirão Preto e Esperança quando pequena gostava pouco de bonecas e preferia outras coisas mais afins. Não tivera irmãos pois a mãe de Esperança fez laqueadura evitando assim ter mais filhos. O salário no inicio de carreira de Esperança era uns quatro mil e hoje ultrapassam na casa dos duzentos mil reais, pois é altamente cogitada por várias empresas nacionais e estrangeiras. E hoje ela é presidente de uma grande empresa nacional e tem um grande inglês fluente e um espanhol mediano. Seja sempre nossa querida amiga boa e nobre Esperança.