Ela sempre foi bela
Com seus trinta e nove anos ela se sentia feliz. E ela era praticante de surf e adorava pegar uma boa onda. E não se casara com ninguém somente tinha sete amigos e amigas. Os amigos se chamavam Pedro, Xavier, Ronildo, Amanda, Samantha, Eliane e Fulgência. E os oito pegavam onda na praia do Guarujá e de Santos, porque moravam os oito lá. Ela se chamava Eudora e era feliz. Com o dinheiro dos campeonatos e vencidos comprou uma casa para ela viver sozinha. E convidou os pais o Eugênio e a Tamara para morarem com ela. E viveram muitos anos os dois velhinhos passando dos cem. E Eudora viveu uma vida rica em aventuras e festas todas saudáveis e retintas. Com trinta e nove ganhara o seu décimo campeonato e decidiu montar uma escolinha de surfe para a garotada da região da praia. E capacitaram meninos e meninas para o surfe. Pedro virara veterinário e morrera com cem. Xavier fora nutricionista e clinico geral e morrera com noventa. Ronildo fora piscicultor no interior de São Paulo. Amanda virara médica obstetra e foi-se com cento e dez. Samantha foi psicóloga e partiu com cem. Eliane foi professora de inglês, espanhol e francês e foi-se embora com cento e dez.
Por fim Fulgência virou política e foi vereadora três vezes por uma cidade do interior de São Paulo. E Eudora ela sempre foi bela. E quis adotar um menino e uma menina ambos com um e cinco anos modestamente. E se chamava Eugênio o menino e Eugênia a menina, por que foram estes os nomes dados pelos pais que abandonaram essas duas lindas criaturas e crianças de Deus. E Eudora adorava passear com os dois filhos ele no carrinho e ela nas mãos da mãe linda, bonita e amorosa. De chagada voz interior o semblante desta mãe solteira se perfaz muitas mulheres mães, solteiras e brasileiras existentes em nossa realidade. Com o pai de muitas mulheres ausentes elas vivem a vida para os filhos e os filhos para elas. Com certeza o amor de mãe é maior do que o de pai. Um faz o filho e a outra o gera em seu ventre materno. Eudora ou Dorinha como chamavam os amigos era muito bonita sexualmente, mas não se importava com isso. De cada vontade de amar e de ser versátil o amor não lhe abandona. De sentido amoroso em querer ser sempre útil amou caridosamente os dois filhos. De todos os amigos Pedro era apaixonado por ela e não se declarara jamais guardando consigo este pensamento vivo. E com noventa anos ele se declarou para ela e começaram a namorar. Foram para eles dois os dez mais lindos anos de vida dele e dela. E adotaram animais para lhe fazerem companhia como um gatinho e uma tartaruga. E chamou o gatinho de Hermes e a tartaruga de Portuga. E eram as alegrias da casa e Eudora e Pedro pegavam ondas unidas e iam as danças de salão de quarta, sextas e sábados. Faziam academia de segunda até sábado sem deixar de se exercitar. E Eudora beijava Pedro nos lábios todos os momentos e horas sem cessar. Com a vida reta os filhos enterraram os pais e estes o esperaram na vida e paz eternas.
Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 02/10/2020
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