E o soneto bom
O corpo de um ser acidente,
De correr contra as madeixas,
Faz delas a harmonia e deixas,
E concorrer como o expoente.
E o soneto bom se averigua,
E o pecado ser já perdoado,
Como o amor já por isolado,
E como sem pecar pela língua.
O soneto se faz e se tangente,
Mesmo este ser como evidente,
E calando as vozes que prece.
O amor como quem padece,
E sentir o servir pelo semblante,
E de ser como servo opinante.
Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 30/08/2020
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