O osso
Javier estava indo para a casa da mãe dele, comprando rosas para dar de presente de aniversário. Era domingo, dia das mães, na segunda semana do mês de maio. Ao entrar floricultura, Javier perguntou para a florista quanto custava à flor mais bonita, sendo que esta era uma orquídea vermelha, rara na região. Com a orquídea em mãos, o filho dileto da dona Alzira estava contente com o presente que ia dar a mãe. Passou a tarde com a mãe e os irmãos e foi-se embora às seis da tarde.
Ao chegar a sua casa, Javier tomou uma ducha e foi dormir. Deram-se seis da manhã e ele não acordava. O patrão de Javier, um rigoroso empresário, ligou três vezes para Javier, ninguém atendia. Ligavam todas as horas para ele, e nada de resposta.
Depois de três dias, Javier acordou do sono. Ele ligou primeiramente para a mãe par falar o que tinha ocorrido. Segundo Javier, ele sonhava que estava enterrado num cemitério, e que os ossos dele se desconjuntavam e caiam ao céu, com nuvens esparsas vermelhas, e que a boca dele sangrava com muita letargia e que a barriga doía muito. Falou para a mãe que visitara o inferno, o purgatório e o céu, sendo que Deus mandou Javier para a terra para contar o que acontecera a ele. A mãe de Javier falou que este alucinara, mas uma coisa ressaltou a mente do jovem. Deus disse que ao acordar, Javier olha-se o braço esquerdo com uma cruz tatuada nele. Mas Javier nunca teve nenhuma delas. Mas passou a acreditar em tudo o que sonhou. Passou a estudar teologia e filosofia, porém uma coisa aconteceu, toda a vez que dormia, sonhava serem contados, todos os dias, seus ossos, como se desconjuntassem e se formassem com dores recalcitrantes e latentes. Viveu assim e ainda se vivem poetas, profetas e seres.
Javier não queria mais sonhar, pois Deus sempre falava que ele ia se salvar. O amor que Javier sentia pela mãe e seus irmãos eram lindos e o pai apoiava o fato de ele querer ser sacerdote. O amor de Alzira era infinito por este filho amado por ela. Javier decidira não casar e servir a Deus porque o Criador falava que este deveria ser louvor e glória do divino. Javier se formou na faculdade em oito anos e foi colocado em uma paróquia perto de casa. Rezava o terço todos os dias, e era o sacerdote mais querido da comunidade. Sendo Javier considerado um homem sagrado e santo, porque começava a fazer milagres entre os fieis de sua paróquia, mesmo assim viveu muito bem todos os dias de sua vida, e envelheceu com sabedoria e paciência. Este era um homem de caráter, fibra, alegria e uma fé, sendo cativantes no amar. O amor de Javier vira na mãe, dos ossos de dores de amar edificantes, a certeza que a vida pode ser eterna todos os dias de nossas existências.
Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 21/05/2019