Pela tarde...
Olhava a rente pela porta,
Um coração viu e se revolta,
Como doce e uma torta,
A fome acalenta a volta.
Hoje vejo a minha fidelidade,
Torcendo do coração criativo,
Vejo o novelo da eternidade,
Querendo ficar mais vivo.
Sou um amigo que vem,
Sou um anjo da verdade,
Rezando pela tua santidade,
E pela vida eterna também.
Jovem eu chorei pelo crivo,
A minha vida foi desgastada,
Como uma ovelha o cravo,
Entrecortando a estrada.
Senti a vida balouçar,
A revolta da tarde repudia,
Querendo chamar a rebuscar,
Hoje fui ao meio-dia.
Gritava para todo o mundo,
Crava a vida do que sofri,
Seja um melhor segundo,
De tudo o que o verbo aqui.
O poder da coragem refugia,
Traz paz amor e respeito,
Sou a gaivota que renuncia,
Falar da vida outro pleito.
A luz da verdade me ilumina,
Hoje as trevas queriam fazer,
O que nunca fiz quem dissemina,
O olho da verdade traz prazer.
Sou jovem poeta do meu ser,
À tarde do jovem pupilo,
Como fosse o olhar crer,
Sabia já falar com estilo.
A tarde era o crepúsculo,
Do coração a vivência,
Paciência pela verdade.
Querendo chamar a ciência,
Sou a vida da excentricidade.
Eu caio na nova armadilha,
A demonstrar a solidão,
Fui mandado para aquela ilha,
Tremendo como uma amplidão.
Retamente eu já chorei,
Pelas almas eu pagarei,
Sei que Deus me aceitou,
Como fosse meu o sou.
Morri para a humanidade,
Vivendo a essência,
De toda a realidade,
Sou a paciência.
Hora certa e redoma,
De todo o verbo dito,
Não olho o que soma,
Eu melhor acredito.
Cai na minha seção,
Um coração forte,
Mais do que o coração,
Tomei nova sorte.
Cai da vida eterna,
E colidi na casa paterna,
Fui muito elogiado,
Disse muito obrigado.
Hoje vou comungar,
Mas sem titubear,
Aquela era a vida,
Sentindo o divagar, infinda.
A minha face desterra,
Por uma juventude,
A massa vai pela terra,
Eu quero é atitude.
Vou sorrindo pela estada,
O mais pela minha amada,
Senil dor que me estrada,
Sentir a boca selada.
Hoje vi o coração dois,
Razão para a versão,
O verbo fala por depois,
Sentir a invasão.
Choro por aquela tarde,
Fui forte até a morte,
Mesmo que alarde,
Sente mais a forte.
Sou desgarrado do rebanho,
Longe o corpo santo,
Do qual tem o tamanho,
De cada um, cada um canto.
Hoje o sentimento sofrido,
Olho a vida pelo vidro,
Como fosse o dividido,
É um homem muito raro.
Hoje há a paz reta,
Vejo a vida pela conserta,
Uma voz que me arde,
Mesmo pela esta tarde.
Encontro o meu descanso,
Vou pelo meu caminho,
O repensar do manso,
Sou par de um ninho.
Sou mesmo o missionário,
Da vida pelo amor repente,
Mesmo o coração extraordinário,
Fala tudo o que mais sente.
Anderson C. D. de Oliveira – 05/03/2015
Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 05/03/2015